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Todo carnaval tem seu fim


Confetes no ar, fantasias a pular em corpos que já não mais se pertencem e como numa fuga preferem se ausentar;

Por dores ou temores, almas aceitam se submeter à uma vida de momentos, que dão a entender: o vazio sentido é quase um dever.

A carne é fraca, carnaval, dar escolha ao espírito não é normal. Precisamos de escapes por não sabermos ver as verdades. É fazer o mal "sem ver" maldade;

Tudo pode, é carnaval, pare de se preocupar um pouco, afinal, a o que é a vida senão um funeral? Cada hora perdida nos mostra nosso mal:

Não olhar além e ver, aquilo que não está a se esconder. Está manifesto em arredores tão belos, mas repletos de destruição por nossos olhos tão cegos.

E chega então o dia, cujo próprio nome carrega a sentença de morte, só restaram as cinzas de uma alma tão pobre. Poderia ter sido nobre, mas sem ter um norte, preferiu embelezar as fraquezas e deixar de ser forte.

O "arrependimento" chega a cada ano, já tem até dia marcado. Ressaca moral, mas e a transformação afinal? O choro carregado de vergonha mantém uma realidade enfadonha. Vivemos cercados de mentira e não corremos atrás de mudança.

Cada vez mais corpos se jogam na lama. Aqueles que poderiam viver a real bonança, se deixam levar pela falta de perseverança. Então a vida é carnaval, mas sendo ela um sopro, leva com o vento os confetes, que pisoteados e sujos no meio das ruas, mostram que não deveria ser bem assim, afinal, todo carnaval tem seu fim.


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