Quem Deus é? Rompendo esteriótipos
Quando menor, na catequese, me ensinaram que usar o nome de Deus em vão era um pecado. Lembro muito claramente desse momento, por que me impactou e me surpreendeu. “Ué, é pecado falar Meu Deus?!”, eu ria, enquanto estava incomodada com aquilo, já que sempre utilizava expressões do tipo. Na minha cabeça, pecado eram coisas como cometer adultério, ou matar alguém. Agora, portanto, compreendo o porquê de Deus nos ter ensinado a não fazê-lo.
Vejo ao meu redor algo que eu mesma, por muito tempo, vivenciei. A palavra Deus ou Jesus eram tão comuns no meu cotidiano, que elas já não eram "boas novas", e nem surtiam efeito algum sobre mim. Eram meras convenções religiosas, coisas de domingo, ou do passado.
Se eu falar para você sobre uma pessoa que você ainda não conhece, você passará a conhecê-la? Mesmo que você acredite no que eu digo sobre ela, você não só terá um conhecimento muito limitado sobre a pessoa, como ficará muito confuso se um outro alguém falar outra coisa diferente sobre ela.
O que você pensa quando falam o nome “Deus”? Muito provavelmente, você se recordará de algo que te disseram, de alguém ou tipo de pessoa que é cristã, ou de uma experiência ruim que você teve “com Deus”. E aí está o problema. Hoje em dia, muitas são as discrepantes doutrinas as quais temos acesso, além de muitas mentiras e hipocrisias serem ditas e repetidas sobre o cristianismo. Todos nós estamos carecas de ouvir que “a ideia do cristianismo é perfeita, mas o ser humano é falho”. De fato, isso é verdade. Mas ter essa convicção não é capaz de diluir os estereótipos construídos.
A única forma, portanto, é procurando realmente conhecer a Deus. Sei que muitas pessoas já tentaram e se frustraram, mas vou procurar abordar esse assunto com uma metáfora.
Você já observou um elefante no circo? Durante o espetáculo, o enorme animal faz demonstrações de força descomunais. Mas, antes de entrar em cena, permanece preso, quieto, contido somente por uma corrente que aprisiona uma de suas patas a uma pequena estaca cravada no solo. A estaca é só um pequeno pedaço de madeira. Parece óbvio que ele, capaz de derrubar uma árvore com sua própria força, poderia, com facilidade, arrancá-la do solo e fugir. Mas por que o elefante não foge?
O elefante do circo não escapa porque foi preso à estaca ainda muito pequeno. Naquela época, o elefantinho puxou, forçou, tentando se soltar. E, apesar de todo o esforço, não pôde sair. A estaca era muito pesada para ele. Até que um dia, cansado, aceitou o seu destino: ficar amarrado na estaca, balançando o corpo de lá para cá, eternamente, esperando a hora de entrar no espetáculo. Então, aquele elefante enorme não se solta simplesmente porque acredita que não pode.
Vejo isso ocorrendo com muitas e muitas pessoas. Conhecer a Deus exige a maturidade de fechar os olhos e perguntar pra Ele quem Ele é, e busca-lo pacientemente. Muitas vezes, nosso coração está tão ocupado pelo nosso cotidiano que nos tornamos cegos para os inúmeros rumores do “outro mundo”. Mas, se perseverarmos em nossa busca sincera, com certeza encontraremos um Deus que foge a todos os estereótipos criados.
Crer na ideia de que Deus é “bom, justo e amoroso” é muito limitado, e não salva a vida de ninguém (salvação, aqui, não se refere ao que ocorre no fim da vida, mas sim para o recomeço de uma vida aqui na Terra). Enfim, experimentar da bondade, da justiça e do amor de Deus é o que constrói a nossa fé e, conjuntamente, a nossa identidade. Rompa os estereótipos, pois há um Deus muito superior ao que você jamais imaginou doido para ser descoberto.