Fórum de liderança juvenil nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro
Em agosto desse ano, viajei para o Rio de Janeiro durante os Jogos Olímpicos com a empresa de intercâmbio e cursos de inglês Education First (EF). Eu e uma amiga participamos juntas do concurso proposto por ela, em que deveríamos postar um vídeo falando em inglês sobre o tema “nada é impossível para quem acredita” e, assim, ganhamos com mais 30 adolescentes do mundo inteiro a viagem e a participação no Fórum de Liderança Juvenil. Nessa foto, estamos todos juntos no hoztel em que nos hospedamos, estando aqui representadas mais de 12 nacionalidades diferentes:
O tempo em que vivi nesse carnaval cultural me enriqueceu imensamente. Apesar de me encantar com a forma a qual os chineses enxergam o relacionamento amoroso, me impressionar com o carisma das francesas e cair na risada com o jeito de dançar dos asiáticos, percebi uma coisa no tempo em que convivemos juntos: apesar das discrepantes realidades e vivências, somos todos muito iguais quando se trata de sentimentos e emoções. Nós lidamos com elas de modos distintos, mas as semelhantes emoções nos permitem uma identificação e unificação que ultrapassam todas as barreiras culturais.
A curiosidade e a surpresa inundavam a nossa a convivência. Ouvir uma colombiana falar sobre Pablo Escobar, uma vietnamita sobre a Guerra do Vietnam e uma alemã sobre Hittler não tem preço. Sobre como eles viam o Brasil, logo no primeiro dia, ao entrar no quarto onde a chinesa dormiria, me deparei com isso:
O mosquiteiro refletia o desespero da mãe da chinesa com o Zika vírus; um dos rumores do Brasil. O Polonês me falou sobre a sua surpresa com a desigualdade social tão evidente no país e com a má infraestrutura urbana. Por outro lado, a alegria e a descontração do povo brasileiro, é claro, encantou a todos. No último dia, uma escola de samba foi ao hoztel, e todo mundo se acabou de dançar (os meninos ficaram loucos, acho que eles nunca tinham se deparado com algo assim).
A música é uma bela e descontraída forma de manifestação cultural. Logo na segunda noite, no show de talentos, ouvimos músicas típicas de cada um dos países. Nós, brasileiros, cantamos juntos Garota de Ipanema e, depois, colocamos todo mundo para dançar Bang com a gente. Quando soube que a vietnamita iria dançar, eu esperava uma música fofa, artística e delicada. Um grande engano: nunca vi alguém dançar street dance tão bem. Viva a globalização!
A mulher de rosa, na ponta, é Deedee Trotter, uma velocista e bicampeã olímpica norte-americana. Hoje, ela trabalha com palestras motivacionais. Aprendi inúmeras coisas com ela. Em uma das Olimpíadas que ganhou, por exemplo, já no primeiro dia de competição ela havia deixado na sua cama as roupas que usaria em cada um dos dias da competição, até a final. Ou seja; ela já havia convencido o seu coração que sim, chegaria na final, e não deixava uma fenda sequer para a insegurança invadi-la.
Ela é uma mulher não só ousada e determinada, como extremamente divertida e humilde. Ela foi simplesmente ela mesma, do início ao fim, procurando sempre nos incentivar a preservar sonhos grandes e profundos. Sonhos não de poder e lucro, mas de uma autorealização que tem sua raiz em nossa vocação e vontade de ser. Depois da festa, na última noite, ela escreveu uma carta para cada um dos 30 adolescentes que ali estavam, realçando o que havia de especial em cada um. É isso que, ao menos para mim, faz dela uma eterna campeã. A medalha é obsoleta, mas todo o amadurecimento que sua vivência lhe proporcionou se eterniza não só nela, como nas vidas as quais inspira.